Pastor e esposa grávida são mortos a tiros em sua casa, na Nigéria

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Pastor e esposa grávida são mortos a tiros em sua casa, na Nigéria

Um pastor nigeriano e sua esposa foram mortos a tiros na segunda-feira (1º) enquanto trabalhava em sua fazenda no estado de Taraba, na Nigéria. Os casais deixam para trás oito filhos de 1 a 19 anos.

O reverendo Emmanuel Saba Bileya e sua esposa, Juliana, que estava grávida, foram mortos por pistoleiros que ainda não foram identificados, segundo um comunicado divulgado pela Fundação Hausa Christians.

“Foi um ataque ao pastor e sua esposa na fazenda deles. Enquanto trabalhavam na fazenda, subitamente homens armados chegaram e abriram fogo contra eles, levando à morte do pastor e de sua esposa”, disse um porta-voz da polícia estadual em comunicado compartilhado pela fundação.

Bileya serviu como pastor em uma Igreja Reformada Cristã na área do governo local de Donga. Bileya recebeu um Mestrado em Teologia do Seminário Teológico Calvin, em Michigan em 2014 e atuou nos últimos cinco anos no Seminário Teológico Veenstra em Donga, de acordo com seu perfil no LinkedIn.

"No que está sendo observado como uma guerra direta sistemática contra o cristianismo na Nigéria, pastores, líderes cristãos e seminaristas são sequestrados ou mortos a cada semana", diz a declaração da Fundação Hausa Christians. "Os cristãos na Nigéria foram alvo de muitos ataques dos cruéis terroristas islâmicos jihadistas do Boko Haram, ataques de Fulani e muitos outros sequestros nos últimos tempos".

Em comunicado divulgado por um porta-voz, o governador de Taraba, Darius Ishaku, condenou o assassinato do pastor e de sua esposa. Ishaku disse que se solidariza com a dor dos membros sobreviventes da família de Bileya e com membros da Igreja Reformada Cristã na Nigéria.

"O assassinato do pastor e de sua esposa é cruel e desumano", diz a declaração do governador, de acordo com o jornal This Day da Nigéria. "Matanças dessa natureza aconteceram com muita frequência recentemente nas comunidades do sul de Taraba e isso é inútil para os esforços contínuos do governo para alcançar uma paz duradoura entre as comunidades da região".

Bileya era estudante de doutorado no Instituto de Estudos de Adoração Robert E. Webber (IWS), uma escola não-denominacional em Jacksonville, Flórida.

Ele se matriculou no IWS em 2014 e estava na fase final de seu programa de doutorado. Ele fez um curso de tese em 2019.

“É com o coração partido que a IWS anuncia as mortes do estudante Emmanuel Bileya, sua esposa Juliana e seu filho ainda no útero, cujo nome é conhecido apenas por Deus”, diz uma declaração do IWS. "O martírio deles foi o resultado de uma guerra étnica em curso no país de origem da Nigéria."

Segundo o IWS, Emmanuel e Juliana terão enterros cristãos na sexta-feira (5).

Relato de violênca

De acordo com o IWS, Bileya escreveu uma explicação sobre os crescentes conflitos tribais em andamento em sua área local há duas semanas. Em seu texto, ele havia relatado ameaças de extremistas de uma tribo local.

“Esta guerra está acontecendo há cerca de um mês na minha região, desde abril de 2020. Outra tribo destruiu nossas igrejas e rumores de que planejam destruir a igreja em que estou trabalhando, que fica em uma cidade chamada Mararraba localizado na Donga LGA do estado de Taraba, na Nigéria. Há algum tempo, muitas pessoas fugiram da cidade em busca de segurança, incluindo minha família, mas eu permaneci em Mararraba orando e esperando pela restauração vinda de Deus, da paz e da proteção da cidade e da Igreja”, escreveu o pastor, segundo o IWS.

O pastor havia explicado que uma “guerra começou a partir de uma disputa agrícola”.

“Um membro da minha igreja gentilmente deu parte de suas terras para outro homem de outra tribo cultivar. Mas este ano, 2020, o homem [beneficiado com a doação] invadiu mais as terras agrícolas e o proprietário discordou de sua atitude. Um comitê de resolução de disputas agrícolas, com membros de ambas as tribos, foi criado para resolver o problema. Embora ainda não tenha sido resolvido, o homem da outra tribo [invasor] convidou 200 outras pessoas que vieram com armas e foi forçosamente à frente para cultivar nas terras invadidas. Quando o dono das terras os viu e tentou detê-los, eles o espancaram até a morte”, acrescentou.

“Enquanto tentávamos acalmar a situação na cidade, os jovens revidaram espancando outro homem em sua fazenda. Depois disso, quatro dos membros da minha igreja que decidiram deixar a vila e ir a outra vila pacífica em busca de emprego foram baleados: 2 foram mortos, 2 sobreviveram. Enterrei os 2 mortos. Em resumo, as pessoas de uma tribo atacaram minha vila duas vezes sem sucesso, mas tiveram sucesso na 3ª tentativa, mataram alguns dos moradores e incendiaram a vila inteira com nossa igreja filial e a igreja”, relatou.

Fonte: Guiame

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